Como
armar-se?
A proteção espiritual que
necessitamos
Um
das passagens extremamente conhecidas é a respeito da Armadura de Deus, aos
quais grandes teólogos e símplices pregadores desenvolvem seu sermão a partir
de Efésios 6.10-20. Nela encontra-se
uma comparação de Paulo, entre os artifícios utilizados por um guerreiro do
exército Romano, com as atividades a se desenvolver para uma vida cristã
saudável. E isso se dá pela maioria das epistolas paulinas eclesiásticas, onde
a comparação e a denotação são amplamente empregadas, para melhor compreensão
dos fiéis. A comparação das coisas concernentes ao ambiente espiritual com a
vida militar, para Paulo era natural. Sua vida pré-conversão, nos mostra um
homem experimentado na vida militar, e na liderança de grupos militares, que
inclusive estavam presentes no momento de seu encontro com Cristo. O convívio e
o conhecimento adquirido, o coloca com uma sapiência elevada em relação a esses
aparatos militares, portanto, sua comparação vai muito mais além das símplices
interpretativas empregadas.
Para
a igreja de Éfeso não era diferente, pois eram perseguidos, e conheciam muito
bem os artifícios militares, mas não como uma forma de proteção, mas sim de
perseguição. Os sanguinários soldados perseguiam homens, mulheres e crianças
cristãs, que de um modo extremamente brutal eram presos, torturados e mortos. A
crueldade era extrema, que de modo constrativo, o amor de Cristo era sobre
estes irmãos. O contraste não termina ai, pois a sociedade não era armada. Não
possuíam em suas casas espadas, escudos, capacetes, couraça, cinto e calçado. Eles
eram perseguidos por homens que possuíam, justamente, tudo isso. Paulo, na sua
essência esta dizendo, vocês não estão desamparados. Vocês não estão em
desvantagem. Vocês tem o Deus de Israel.
Esse
contraste é análogo a luta entre Davi e Golias (1 Samuel 17), onde há um
gigante que vem em perseguição, como vinham os soldados romanos. Golias era
homem de guerra, experiente e preparado, assim como os soldados romanos. Golias
estava armado, com todos os artifícios militares, assim como o exército romano.
Já Davi, não tinha grande estatura, nem experiências em guerras, nem conseguia
se quer carregar os artifícios militares, assim como a igreja de Éfeso. Há outra
igualdade entre eles indiscutível: serviam ao Deus Vivo. E era isso que Paulo
estava lembrando os crentes efésios, que mesmo que não possuíam força bélica, o
Deus Poderoso, o Fogo Consumidor, estava com eles.
Paulo
está dizendo que na questão do armamento eles estavam na realidade empatados.
Porém, assim como foi exclamado por Davi, enquanto o Gigante vem com espada e
escudo, ele ia pelo nome do Senhor dos Exércitos (1Samuel 17.45). E essa expressão
me chama atenção, do original (tsâbâ')
que significa grupo de pessoas organizadas para guerras. A pluralidade me chama
muito atenção, pois não é só de um exército específico, mas sim de “Exércitos”.
Isso mostra uma visão, em que Deus não é Senhor apenas do exército humano de
Israel, mas também de um exército que esta além do visível.
Este
mesmo exército invisível é levantado no Novo Testamento, mas de uma forma nada
bélica. Não eram fortemente armados. Não estavam com uma grande proteção ao seu
redor. Tinham apenas em si, o desejo de servir a Deus. E Deus resolve não
levantar um exército bélico, extremamente armado, mas sim, faze-los guerreiros de
Deus, entendendo que o inimigo não é mais a carne ou sangue, o que quer dizer,
o homem. Mas, sim, as forças espirituais da maldade, os dardos inflamados do
inimigo que por si só, opera nas pessoas.
Assim
o Senhor nos convida a olhar para as guerras humanas e espirituais não com os
olhos carnais, mas sim com os olhos que nos possibilitam enxergar além daquilo
que é palpável. O Senhor revela a Paulo que a igreja de Éfeso precisava se
armar com as armas bélicas espirituais. Para isso, Paulo se utiliza da analogia
comparativa:
1.
Cinturão: Considerado um dos mais importantes
artifícios armamentista, pois por ela é o sustento de todos demais
equipamentos. Vejamos que a comparativa esta relacionada com a verdade. A
verdade sempre vai ter a geração da sustentabilidade em nossas vidas. Ela trará
sustento para tudo em nossa vida. Viver em verdade em um mundo de falsos é
realmente um desafio. Para não mentir, não dar falso testemunho, não propagar
falsas falas, e principalmente não mentir a Deus e aos homens em relação a sua
vida, deve ser um desafio a ser cumprido. Viver em verdade é de um modo claro,
viver com uma vida transparente, que dará sustento a tudo: a palavra, a fé, a
justiça e a salvação. Ela é citada em primeiro lugar pelo apóstolo, porque ela
é a estrutura que aguenta todos os pesos. Além disso, o texto cita que ela
serve para proteger o (osphus), do
inglês “loins”, traduzido para o português como “lombo”. Historicamente, a
correção aplicada para filhos desobedientes eram, antes da morte, a penalidade
por chicotadas nos lombos, inclusive se faz alusão a isso em diversos
versículos. Os que vivem na verdade não sofrem a correção necessária da
mentira.
2.
Couraça: A couraça é uma espécie de
instrumento defensivo presente na frontalidade, incluindo: peitoral, abdômen e
trapézio. A couraça é a comparativa com a justiça. Essa justiça esta
intrinsecamente ligada à capacidade de escolhas justas, que de um modo
inteligível, fala-se da santidade. A palavra relacionada é (dikaiosunē), do inglês “righteousness”,
traduzida como Justiça podendo também ser traduzida como retidão. A justiça
aqui traduzida trás a conjectura da reta, trazendo a alusão à plenitude
perfeita de reta, mostrando que a justiça praticada é imparcial, inegociável, e
balanceada na centralidade da Lei. Como uma seta, a finalidade da Lei além de
apontar o pecado, é também apontar Jesus Cristo. Aqueles que seguem o caminho
de Jesus vivem sobre a justiça, e andam sobre essa reta, com pisadas alinhadas
e cuidadosas para que, não saiam de suas limitações. Esse cuidado é o desejo de
satisfazer dois princípios: a lei, que mostra meus pecados, e a Cristo que me
salva deles.
3.
Calçado: Talvez esse equipamento seja
mimetizado por estudiosos. Ela não ataca e nem defende. Isso dá uma leve
impressão que não se deve tomar cuidado, nem ao menos produzir atenção a este
equipamento. Aqueles que assim fazem, não estão preparados para guerra. O
calçado é essencial para a batalha, pois por ela vem todo sustento do corpo. O
(euaggelion), em inglês “gospel”,
traduzida como evangelho é caracterizado como “da paz”. Jesus Cristo nos
promete essa paz (eirēnē) que pode
ser traduzida como descanso, quando Ele prega dizendo que “minha paz voz dou”,
e sua paz não é a semelhante a do mundo. Os pés precisam estar firmados na
Rocha, que é Cristo, para que na batalha haja estabilidade, e através disso o
tão desejado descanso. Estar calçado do evangelho significa batalhar suas
guerras, com a consciência que o amanhã sempre existira. Estar calçado com o
evangelho é guerrear arduamente, mas com o coração e a mente em paz, pois
saberá que mesmo morramos, viveremos.
4.
Escudo: Um dos mais estudados é o escudo,
que é relacionado à fé. A tradução para escudo vem (thureos), do inglês “shield”, que significa blindagem em formato de
porta. A fé é comparada a uma blindagem defensiva. O objeto ao qual devemos nos
blindar são os (belos), que pode ser
traduzida como flecha, mas é conhecida como dardos, que estão pegando fogo.
Esse conjunto bélico (flecha + fogo) era utilizado em invasões de destruição de
civilizações ou exércitos fortemente armados. A intenção e a visão do nosso
inimigo é justamente essa: destruir o povo de Deus, mas ele sabe que estamos
munidos do Espírito Santo de Deus. A intenção da fecha inflamada não
necessariamente é furar, mas sim, queimar. Queimar a tal ponto que só reste às
cinzas da falta de fé e das incertezas que podem atingi-lo. Para que tenhamos
fé é necessário termos convicção. A convicção determinará qual o tipo de
material do seu escudo. Alguns têm a fé baseada em busca de milagres, conceitos
e até mesmo líderes religiosos e famosos cantores. Para essas pessoas o escudo
é feito de madeira, e com um dardo restará apenas cinzas. Mas, para aqueles que
têm sua fé firmada na Palavra de Deus e em Jesus Cristo, a sua blindagem será
inabalada.
5.
Capacete: O instrumento militar aqui citado é
(perikephalaia), do inglês “helmet”,
traduzido por capacete, que é comparado por Paulo, a salvação. Isso me chama
muito a atenção, pois Paulo esta dizendo que o ataque de nosso inimigo é afetar
a nossa mente, e através da mente perder a nossa salvação. De um modo
explicativo, para “perder” a salvação tendo ainda o escudo da fé, só há um
modo: a heresia. As heresias surgem, justamente, do local ao qual mais
maquinamos o mal, que é o coração (Cardia),
no sentido conotativo, a real explicitação é a mente. Através da mente,
criam-se fábulas, religiosidade, filosofismos, e o desvio da Cruz. Isso ocorre
porque perde-se o cristocentrismo, e passamos ao antropocentrismo, que de
antemão tira toda a glória de Deus e atribui ao homem. Para que isso ocorra, a
bíblia torna-se vitima das mais malignas mentes, que maquinam seu próprio
caminho da perdição, que cortam as suas cruzes no caminho, que somem com o
sangue do Cordeiro. O biblicismo é seu maior inimigo, junto com a leitura
textual e contextual. Hoje, como nunca antes, é necessário este capacete. A
permissiva religiosa (liberdade religiosa), propagado pelos pais da reforma,
não apenas teve seu efeito bom, mas também o seu ruim, que é o surgimento das
grandes seitas e os cultos pagãos, aos quais, para Deus, é repúdio. Imagine que
as palavras que fortalecem o seu capacete, mas essa palavra não vem de você, e
sim dos pregadores e pastores. A qualidade da força do seu capacete é o quanto
se ouve e se sabe de bíblia.
6.
Espada: Como o próprio texto diz, é a Palavra
do Espírito. A tradução de “espada” vem de (machaira),
do inglês “sword”. Numa tradução literal seria a “faca de uma punição
judicial”. A palavra de Deus age com justiça, e com ela a punição. A espada,
que é do Espírito, trás, antes de tudo, a consciência do caminho correto e por
consequência, a condenação por não escolhe-la. Para lutarmos contra as
potestades, a palavra é um instrumento importante. Ela além de ser um instrumento
de ataque é também de defesa, enquanto nos lembramos apenas do escudo da fé.
Jesus quando foi tentado no deserto, a Espada foi seu instrumento de defesa
contra os ataques satânicos. Essa Espada quando corta o homem, entra no mais
intrínseco do seu ser, levando-o da morte para a vida, da condenação a
salvação, da perdição a esperança. Porém, o mau domínio leva a morte da “carne
e sangue” e isso é um erro, pois esses não são nossos inimigos, mas sim, as
potestades do mal. Quando a Palavra de Deus é manipulada conforme nosso querer
e nossa visão, para tempera-la com doses de religiosidade, preferências humanas,
visão humana interpretativa, entre outros temperos, assemelhamo-nos com os
fariseus e saduceus, que impunha-lhe no povo pesos que nem eles mesmos
carregavam. Portanto, para manipular a Espada corretamente, é necessário muito
treino e estudo, pois se isso não houver, a morte ocorrerá, sendo aquele que a
manipula ou daquele que ouve.
7.
Oração: A oração (proseuchomai) deve ser constante na vida do crente. Para aquele que
crê é necessário ter comunhão, para viver uma vida de santificação. Na batalha
é necessário servir ao Senhor dos Exércitos, e isto é, ter comunhão, para que
possamos vencer a guerra que nos é proposta. A oração sempre será a base para a
nossa vitória, e a força da qual sempre precisaremos. Oração não é para quem
gosta, mas sim para quem precisa. Quando na batalha estiver perdendo as forças,
lembre-se de que a oração lhe dará forças para prosseguir na luta e na
constância que é esta guerra.
8.
Súplica: A súplica é interpretado como
interseção (deēsis), que chama ao
crente não ao dom de interseção, mas sim do amor. Pois, o crente que ora um
pelo outro cumpre a Lei de Cristo que é amar. De um modo imperativo, Paulo nos
convida a viver o amor dentro da guerra. Esse contraste é de singelo
entendimento, mas de pesada aplicação. Na guerra, o homem tende sempre a pensar
em si, em sua salvação, em sua vida com Deus, e na sua vida material. O
Espírito inspira Paulo a dar uma ordem, aplicada em Jesus Cristo, ame o próximo
e interceda por ele. A súplica, assim como os dons, não são de auto aplicação,
mas são dons de servidão. Isso nos leva a discutir que os dons para ajudar o
próximo são os menos buscados, pois de um modo direto, não enxergamos
benefícios nele. O verdadeiro servo de Deus, que tem a sua mente renovada, sabe
que a súplica é de antemão, a arma mais poderosa de se amar alguém.
9.
Vigilância: Os pecados cometidos nos dias de
hoje, em sua maioria, não são por falta de ensino, mas sim, pela ausência desta
característica. A vigilância (agrupneō)
no seu termo significa “sempre ficar acordado”. Na guerra, tendenciamos a ficar
cansados, ou por descuido, guardamos as nossas espadas, e deixamos os nossos
escudos. Será nesse momento, na falta de vigilância, que o Inimigo iniciará seu
ataque. Aquele que dorme, morrerá. O vigilante sairá ileso. Isso nos faz
lembrar quando Cristo vai orar, e seus discípulos adormecem. Se a proteção de
Jesus Cristo dependesse da vigilância de seus companheiros, ele seria aspergido
antes do tempo. É necessário entendermos que vivemos uma guerra, e estarmos em
estado de alerta, é essencial para sobreviver.
10.
Perseverança: O desânimo é, sobretudo, o pior dos
inimigos, que, por conseguinte gera a desesperança no coração, e brevemente a
falta de fé. Há a necessidade de perseverarmos na fé, e esta é uma palavra
extremamente repetida pelo apóstolo. A perseverança (proskarterēsis), que pode ser traduzida também como persistência,
na tradução KJA, ele usa insistência. Assim, persistir nas batalhas é vencê-las
pelo cansaço. Paulo, anteriormente, compara a vida cristã com a de um atleta. A
perseverança e a insistência são fundamentais para ganharmos as lutas
propostas.
O
que mais me chama atenção neste texto é a palavra inicial do versículo 10:
KJA:
“Concluindo,...” JFAA: “Quanto
ao mais,...” KJV: “Finalmente,...”
Essas
traduções derivam da palavra (loipon),
que na tradução literal fica “então”. Essa palavra é gramaticalmente entendida
como explicação conclusiva, iniciando um assunto para concluir outro. Quando Paulo
inicia sua analogia da armadura de Deus, não havia finalizado seu assunto
anterior. Antes de Efésios 6.10 ser escrito, Paulo começa falando dos preceitos
familiares a serem aplicados pelos cristãos em Efésios 5.22. É como se Paulo
passasse de forma minuciosa um assunto, mas para facilitar o entendimento, ele
propõe a analogia da armadura de Deus, para finalmente, concluir o assunto. Se
realmente queremos ter em nós as dez características listadas no texto, devemos,
de antemão, observarmos como estamos cumprindo nosso papel dentro de nossa
família. A família é constituída basicamente de três figuras, baseadas em dois
tipos de relações.
A
primeira figura é o homem, que possui duas características: o esposo, em
relação matrimonial; e pai, na relação paternal. A segunda figura é a mulher,
que possui duas características: a esposa, na relação matrimonial; mãe, na
relação maternal. A terceira figura é o filho (a), que possui uma única
característica, a fraternidade e maternidade. Dentro destas características, há
as ordenativas a serem aplicadas cotidianamente na relação familiar. Mas,
Efésios 5.22 até 6.10, não fala apenas de relação familiar, mas também no
trabalho, como subordinado ou como chefia. A vida do crente se resume
justamente nessas interposições: a vida espiritual (armadura de Deus), a vida
familiar (sua figura e relações), a vida empregatícia (relação de subordinação
e/ou chefia), e o lazer (despojamento armamentar).
Como
vimos, para armar-nos na guerra espiritual, existe uma dependência da nossa
relação familiar, empregatícia, e momentos de lazer. O texto nos convida a
vivermos o cristianismo a todo o momento, não apenas enquanto frequentamos
nossa religião. O motivo de vivermos o cristianismo a todo o momento é claro: a
guerra ainda não terminou. Por isso, devemos viver em alerta todas as horas,
minutos, segundo e milésimos de segundo, pois se fraquejarmos um milésimo, o
dardo pode vir a matar trazendo consigo suas consequências.
Então,
como armar-se?
Ora,
como há a dependência concreta de nossa vida familiar, empregatícia e de lazer,
é necessário sabermos como levar essas áreas, para que finalmente, estejamos
com armas bélicas potentes para guerrearmos contra as astutas ciladas do
inimigo.
Relação familiar
Mulher, a esposa: Paulo inicia pela mulher na figura
de esposa. Á mulher, Paulo roga o respeito e a submissão. A submissão (hupotassō), do original “ser
subordinada”, é colocada por Paulo como consequência do respeito, pois o mesmo
respeito que ela deve ter ao Senhor deverá ter como ao esposo. A explicação
para isso é teológica. Paulo faz uma comparação da família humana com a Divina,
e mostra que a Noiva (Corpo Místico, Igreja) é submissa ao Noivo (Cabeça,
Cristo), e assim deve proceder nas famílias. De um modo amplo, a submissão deve
ser (pas), em inglês “every thing”,
em português “em tudo”. Como dito, a submissão é a consequência do respeito.
Observe que apesar da submissão ser lei para as esposas, a fundamentalização de
consegui-la é do esposo através de seu testemunho no lar. Isso nos leva a crer
na reflexão que não é necessário exigir das esposas sua submissão, mas viver
uma vida de respeito e assim obtê-la. Caso, a vida do homem seja ilibada em
suas características familiares e não houver submissão, a esposa acarretará
como desobediente a lei de Deus, e peca.
Homem, o esposo: Paulo parti para
segunda figura, o homem como esposo. Ele se utiliza de duas comparativas a
cerca do (agapaō) amor “ágape”. No
versículo 25, ele compara o amor do esposo a sua esposa, como a de Cristo á
Igreja. No versículo 28, como ao próprio corpo. Ao dizer que deve-se amar a
esposa como Cristo, Paulo explica que a santificação da esposa, é de dever do
marido, o responsabilizando sobre sua relação com Deus. A explicação de amar ao
seu próprio corpo esta falando sobre o cuidado extremo que deve se ter, nunca
odiando, mas com um amor profundo e sincero. Observe que esta ordem é
extremamente semelhante ao Mandamento do Cordeiro: Amar a Deus acima de todas
as coisas (amar a esposa como Cristo amou a Igreja), e o próximo como a ti
mesmo (amar a esposa assim como amamos nossa carne). Ele esta dizendo
simplesmente, que aquele que cumpre o mandamento de Jesus Cristo, simplesmente
é um excelente esposo. E aquele que cumpre é respeitado pela sua esposa, e
assim ela é submissa.
Relação conjugal resumida: Mulher
respeite seu esposo e seja submissa. Homem ame a sua esposa até que sua vida
fique em segundo lugar.
O homem
e a mulher, como pais: Aos pais, Paulo deixa uma regra simples: não
provoque a (parorgizō) ira. A ira
vai os impedir de honrar e respeitar, e o mal entrará na sua casa. Não provocar
a ira significa viver em paz. E a paz é promovida através da empatia do amor,
do ensino bíblico e do testemunho. Olhar para os filhos como alguém que devemos
promover a paz é um desafio para aqueles que corrigem com ar de superioridade,
na sua apatia. Colocar-se no lugar do filho, e lutar as suas lutas é essencial,
mas também compartilhar suas lutas com os filhos é fenomenal e de um
aprendizado imensurável.
O homem e a mulher, como filhos: “Obedecei”.
A palavra original (hupakouō), que
significa “ouvir atentamente e obedecer ao comando”. Isso é uma dificuldade
desde o princípio, e não apenas quando passam pelo período da adolescência.
Obedecer é uma tarefa árdua a todos, inclusive aos adultos. Filhos, por mais
que o “comando” tenha dado uma ordem que talvez você não compreenda, a ordem é:
obedecer. Um dos requisitos mais importantes para um bom soldado é a confiança
do Senhor, que no seu caso, é Jesus Cristo.
A vida empregatícia: Ela depende de sua
correlação social no trabalho secular exercido. Para os patrões, o nome é
senhor (kurios), palavra que não
possui fundamentalização em relação a (yehôvâh),
ou seja, não esta falando do Senhor Jesus Cristo, mas sim, na vida do trabalho
secular. Para fundamentalizarmos os períodos em estudo, o ensino aqui é
direcionado a escravos, comum na época da escravidão e o senhor é o dono das
fazendas e líderes locais.
Como
servo: A palavra servo aqui é (doulos),
que significa “aquele que não tem direito”. Segundo a história, estamos falando
do escravo literal e não filosófico diferente dos dias de hoje, que exercer
isso é crime. Mas, os ensinos aqui trazidos por Paulo são atemporais. No nosso
serviço secular, devemos: acima de tudo obedecer, sem falsidade e com toda a
dedicação. Não querendo agradar o “kurios”,
mas sim, “yehôvâh”, ou seja,
obedecer com toda a sinceridade, porque você quer agradar o Senhor, e não o
senhor. Tendo em vista que você será recompensado, pelo Senhor, servir de
coração e não a vista, é feito com facilidade por aqueles que adoram em
verdade, e em Espírito.
Como
senhor: Aquele que lidera, Paulo deixa a menção de duas regras apenas: abandone
as ameaças e não faça acepção. O motivo que Paulo se utiliza é este: “o mesmo
Senhor que é do servo, é o seu”. Mas, antes disso Paulo se utiliza da palavra (pros), na tradução literal “as mesmas
aplicações”, ou seja, as mesmas regras preditas deverão aplicar-se ao senhor.
Lidere com dedicação e com um coração servindo a Deus e não aos homens.