segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

01- Desvendando a Parábola: "A parábola da Candeia" (PARTE A)

ETMS- Escola Teológica e Musical Salmista
"A espada que traz da morte para a vida"

Curso: Bacharel em Teologia
Matéria: Teologia Histórica Aplicada ao Biblicismo Novo Testamentário
Período: Geral
Turno: Diurno
Bases bibliológicas: Lucas (Lucas, Sigla: Lc); Marcos (Marcos, sigla Mc)
Lecionador: Elioenai Gabriel Henrique de Oliveira
Referência: OLIVEIRA, Elioenai Gabriel Henrique. Explicativa da parábola da Candeia: O crente como conservador do mundo. 2017. 5 p. Dissertação (Bacharel em teologia)- ETMS- Escola Teológica e Musical Salmista, Paulínia, 2017. Disponível em: <http://www.rasgouoveu.blogspot.com>. Acesso em: DIA MES ANO.

RESUMO:

EXPLICATIVA DA PARÁBOLA DA CANDEIA:
"O crente como conservador do mundo"

Segundo Lucas, a segunda parábola dita por Jesus Cristo fora esta. Bibliologicamente vemos as citações por João Marcos (4.21-25), também por Mateus (5.15-16) e algumas alusões aplicadas por João (5.35). Fundamentalmente, o conhecimento a cerca da Candeia é essencial. A candeia era uma espécie de lamparina, ou seja, uma lâmpada utilizada nos tempos de Jesus Cristo. (candēla,ae 'vela, tocha', segundo SWAGGART, 2015). Necessariamente, Jesus esta pronunciando a cerca da função efetiva da candeia: trazer luz a escuridão. A interpretação aplicativa dos sermões nos dias de hoje, indica-nos uma falta de hermenêutica, pois a interpretação mais pregada e divulgada é a cerca da apelação de Jesus em se santificar, mas na verdade esta falando sobre esconder o pecado mediante o Juízo Final. O ato de acender a candeia esta falando sobre o fato da volta de Jesus Cristo em Glória ao mundo. O que é plenamente Santo vindo em Glória (Luz) diante aos pecadores promíscuos (mundo), que inclusive João faz uma alusão no livro apocalíptico (Ap 18.23). Em algumas outras parábolas Jesus Cristo se coloca como a luz apocalíptica, mas na aplicação do Arrebatamento (Mt 24.27). Para entender a próxima explanação necessita-se entender o velador. Os hebreus não só usavam a candeia (luz, lâmpada, tocha), mas carregava consigo o velador (suporte de madeira ou barro) onde ficava a candeia, normalmente ficava em lugares altos para poder fazer um bom uso da luz da candeia (Cronologia Bíblica, 2010). Claramente Jesus esta falando sobre a Sua Volta em Glória, onde todos os verão. Quando se acende a candeia (quando Jesus Cristo vier ao mundo), ninguém a põe debaixo da cama, mas no velador para que todos que entram vejam a luz (quando ele vier ao mundo, todos os olhos o verão). Esta profecia em parábola é confirmada diretamente pelo Apóstolo João que afirma em  Apocalipse que todo olho o verá (Ap 1.7). À volta em Glória de Jesus Cristo será para que todos o vejam, mas para mais do que isto: revelar as coisas ocultas. Não é atoa que nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, conhecidos como as cartas eclesiásticas apocalípticas, uma frase se é repetida: "Eu sei as suas obras". Deus na sua infinita sabedoria e conhecimento (onisciência) conhecem todas as coisas que ocorrem no mundo material e espiritual, e nos julgará por elas (Hb 4.13), assim quando a luz aparecer todos o verão, inclusive os que o traspassou na Cruz (Ap 1.7) Todas as nossas obras, pensamentos, intenções, que o homem vê ou deixa de ver, todas são patentes aos olhos do Justo Juiz. Ele conhece todas as coisas (1Jo 3.20). No versículo 18 existe uma briga de referência, pois ele afirma: "qualquer que tiver será dado" então ficam duas perguntas: Tiver o que? Aquele que tem, será dado o que? Pois o texto finaliza exatamente nesse versículo. O objeto que é "aquele que tem" pode estar dando duas referências a da própria candeia (provindo pela leitura livre da parábola, referenciando 8.16), ou a semente (fazendo referencia a Parábola do semeador, mais precisamente a semente que caiu em terra boa 8.15). Mas, de qualquer modo, sendo candeia pode ligar-se a parábola das Dez Virgens, onde se há o apagamento da lâmpada pela ausência do Azeite (Mt 25.8) O simbolismo bíblico nos ensina que o azeite é símbolo do Espírito Santo (Sl 133.1-5). Na outra interpretação vemos que a semente é simbolizada pela palavra pregada, e a terra boa é o homem que a coloca no coração e pratica (8.15). De qualquer uma das interpretações esta dizendo: "Você tem ao Espírito Santo", pois já quem tem ao Espírito, tem em si a Salvação de Jesus Cristo, pois Ele é o selo da salvação (2 Cor 1.22)




quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

SEJA PEQUENO!


ETMS- Escola Teológica e Musical Salmista
"A espada que traz da morte para a vida"

Curso: Bacharel em Teologia
Matéria: Teologia Filosófica Cristológica
Período: Especialização
Turno: Diurno
Bases bibliológicas: Mateus (Mateus, sigla: Mt); Lucas (Lucas, Sigla: Lc).
Lecionador: Elioenai Gabriel Henrique de Oliveira
Referência: OLIVEIRA, Elioenai Gabriel Henrique. O maior será como menor: cristologia auto aplicativa. 2018. 1 p. Dissertação (Bacharel em teologia)- ETMS- Escola Teológica e Musical Salmista, Paulínia, 2017. Disponível em: <http://www.rasgouoveu.blogspot.com>. Acesso em: DIA MES ANO.

O maior será como menor: Cristologia auto aplicativa.
                Jesus Cristo, como Filho de Deus, despertava involuntariamente, mas consciente, um desejo em seus discípulos. A visão religiosa, velho testamentário, promoveria um pensamento a respeito do messias diferencialmente ao como Jesus se apresenta. Talvez alguns apóstolos imaginavam-se reinando junto com Cristo, em seu reino de glória, diante do seu trono, diante dos anjos de Deus, e aproveitando da eternidade e das suas riquezas. Esse desejo não fora que Cristo implantara, mas fora gerado na mentalidade dos novos apóstolos; na sua visão eles teriam incontáveis benefícios de estarem servindo o Filho de Deus. O desejo que Cristo despertava, involuntariamente, nesses novos apóstolos, era a vontade de ser grande, de ser maior; o desejo egocêntrico era mútuo. Essa evidência encontra-se no livro de Lc 22.24, que narra que houve até mesmo uma contenda (philoneikia), uma disputa entre os seus discípulos, com busca para a resposta da seguinte pergunta: “qual de nós é o maior?”.
                Mt 20.20 revela que a mãe dos filhos de Zebedeu (João e Tiago) é quem inicia essa discussão. Pelo ato adoracional, é razoável o entendimento que essa disputa estava dentro da casa desta mãe. João e Tiago iniciaram essa disputa em sua casa, que promoveram uma contenda a tal ponto, que sua mãe teve que mover-se a Jesus Cristo com ato adoracional, demonstrando submissão e pedido misericórdia, indicando-nos que ela não estava mais conseguindo lhe dar com a situação. Jesus após perguntar qual era o desejo daquela mãe, ela responde “que um se sente a direita, outro a esquerda, no seu Reino”. E Mateus narra que quando os discípulos ouviram isso ficaram indignados (aganakteō), que pode ser traduzido também como “um extremo pesar”. Porém, Jesus responde a todos que estavam ali presentes (os contendores João e Tiago, sua mãe e os discípulos), que a sua esquerda e a sua direita “é para aqueles para quem meu Pai tem preparado”.
                Jesus revela que o sistema espiritual é inversamente proporcional ao sistema global existente. Observamos que Mateus escreve a resposta e ensino de Jesus versículo 26 “não será assim dentre vós”, ou seja, não se espelhem nesse sistema político onde o maior é reverenciado, onde todos querem ser servidos, onde todos lutam por poder, onde todos buscam ser o maior, diferentemente, no reino de Cristo “aquele que quiser fazer-se grande, que seja vosso serviçal” (Mt20.26). Porém, provavelmente o anseio egocêntrico era tão grande, que a partir daquele momento a disputa seria para quem servisse mais, ou melhor. Então Jesus finaliza sua fala, falando se si: “o Filho do Homem não veio para ser servido” (Mt 20.28). Vemos que Jesus não esta falando, propriamente dito, que aquele que serve é maior, mas sim que para Ele, todos os discípulos eram exatamente iguais, e que no reino dEle, apenas Ele é o maior, pois fora ele quem deu “a sua vida por resgate de muitos” (Mt 20.28).
                Para quem ainda não entendeu, Jesus estava colocando os seus discípulos em uma mesma escala, para Ele todos eram aqueles estavam sentados na mesa, e Jesus era quem os servia; Jesus era e é o único grande, o único que poderia ser chamado de maior. Assim é nos dias de hoje, onde a sociedade precisa entender que ser grande significa imitar a Jesus. Ser o maior no reino de Deus significa obedecer a sua vontade. Ser grande para os céus significa ser como um espelho límpido ante a face do Senhor Jesus. Quem quer ser grande no reino de Deus precisa deixar o orgulho de lado, e amar ao Senhor como aquilo ao qual temos mais de precioso. Porém, há algumas pessoas que gostam tanto de serem servidos, que preferem serem os pequenos. Jesus nos chama para sermos os menores do seu reino.
                Na visão do médico amado, vemos que Jesus ainda faz uma comparativa, perguntando: entre aquele que esta na mesa e aquele que serve a mesa, qual seria o maior? Jesus mesmo responde com uma pergunta retórica: o da mesa. Jesus acrescenta dizendo que aquele que serve a mesa, na verdade, é Ele. Jesus ensina metaforicamente que, assim como Ele sendo o Maior, serve, quem quer ser maior deveria fazer o mesmo. Portanto, é como se ele estivesse dizendo: olhe para mim, e imitem a mim. Pois quem me imita, é grande, pois se faz pequeno, e servo. Na lógica de Jesus Cristo, ter amor no servir significa imita-lo, pois o amor pregoado como a maior Lei, é pratico, e é exercido através da servidão. A servidão só tem sentido porque o amor ao próximo traz sentido à vida; não amemos posições, amemos servir. Aquele que ama o próximo é o maior. Jesus nos amou a ponto de dar a sua vida.
                Ser servo não era algo que os discípulos buscavam, pois assim eram anteriormente. A arrogância de ser maior, talvez tenha sido uma das motivações iniciais dos discípulos em seguir a Jesus. Porém, apenas Judas se deixa corromper como vemos na história. Na sua arrogância, Judas trai a Jesus Cristo pelas trinta moedas de prata, pois já que ser servo para ele não era suficiente, preferiu ser traidor de sangue inocente e adquirir o que ansiava. Os demais apóstolos provaram de Jesus Cristo, e foram transformados pelo seu mui poder, e morreram pela causa do evangelho. Muita das vezes a motivação de buscar a Deus e frequentar uma igreja, pode ser errada, mas pode ser que lá ele encontre Quem transforma.
                No reino de Jesus Cristo, ser maior é ser menor. Ser menor é imitar a Jesus Cristo. Imitar a Jesus Cristo é amor no servir. Servir é amar ao próximo. Amar ao próximo também é imitar a Jesus Cristo. Amar é servir. Aquele que ama é servo, e é maior.